Isolamento Social e o Aumento do Consumo de Álcool e Tabaco diante dos Filhos – Viver 30/04

A pandemia de coronavírus trouxe muitos medos e incertezas, medidas de isolamento social, mudança abrupta da rotina das pessoas em todo o mundo. Além disso, muitas pessoas passaram a trazer para dentro de casa hábitos que tinham na rua, como o de beber, por exemplo.

Nesse momento, o aumento no consumo de álcool e tabaco é mais problemático do que o normal, uma vez que o acesso ao tratamento de dependências químicas é mais difícil devido ao isolamento social.

Pessoas com uma vulnerabilidade biológica e uma predisposição genética para o alcoolismo, junto com uma capacidade emocional mais frágil, são mais suscetíveis a seguirem beber após a quarentena e se transformarem em dependentes de álcool.

O consumo de bebida alcoólica para o controle gera detereioque na defesa do corpo, no sistema imunológico e favor, assim, a contaminação por doenças como um COVID-19.

E é preciso lembrar que está dentro de nossas casas que se encontram nossos filhos e, muitas vezes, nossos pais que fazem parte do grupo de risco para a doença. Nossos exemplos podem fazer com que nossos filhos acreditem que esse comportamento é normal, o que é muito nocivo para eles que ainda não sabem reconhecer seus limites.

No contexto atual de pandemia de coronavírus, os efeitos nocivos relacionados ao cigarro podem representar uma ameaça mais palpável ao presente. Já é sabido que fumantes compõem o grupo de risco para um COVID-19, podendo desenvolver sintomas mais graves da doença. Isso se dá porque fumar enfraquece o sistema imunológico, tornando-o menos capaz de responder a infecções. Além disso, esse grupo tende a ter um comprometimento da capacidade pulmonar.

O estresse e a ansiedade gerada por tantas dificuldades a que toda a população tem se deparado durante o isolamento social tem sido usado para justificar um aumento do consumo de tabaco. A nicotina, presente no cigarro, é altamente viciante e a maioria dos fumantes são viciados nessa substância. Quando o nível de nicotina no sangue do fumante começa a baixar, ele se sente irritável, tenso e nervoso. Então, ele fuma um cigarro, o que aumenta de novo o nível de nicotina e o acalma. O que ocorre, de fato, é que o fumante se livra da síndrome da abstinência, usando a droga de novo.

E como se esse risco não fosse suficiente, a fumaça que sai do produto contém os mesmos compostos tóxicos e cancerígenos que a fumaça tragada pelo fumante, porém em níveis bem mais elevados: 3 vezes mais nicotina, 3 vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas, o que causa prejuízo também a nossos filhos e pais idosos , chamados de fumantes passivos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, perdendo apenas para o tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool.

Precisamos estar atentos a tudo isso. Muitas perguntas surgem sobre como deve ser a postura dos pais, referentes aos seus hábitos e/ou vícios, frente a seus filhos durante este período de isolamento social.

Para responder a essas perguntas, o Dr. João Paulo Becker Lotufo*, parceiro do Freemind e diretor da ISSUP Brasil é o convidado da Live com Especialistas do dia 30/04, a partir das 18h30, no Instagram do Freemind.

Participe conosco! Esperamos por você no Instagram do Freemind: www.instagram.com/espiritofreemind

* Dr. João Paulo B. Lotufo é Doutor em Pediatria pela Universidade de São Paulo, Representante da Sociedade Brasileira de Pediatria nas ações de combate ao álcool, tabaco e drogas, Coordenador/Presidente do grupo de trabalho no Combate à Uso de Drogas por Crianças e Adolescentes na Sociedade de Pediatria de São Paulo e Diretor da ISSUP Brasil. Também é Membro da Comissão de Combate ao Tabagismo da Associação Médica Brasileira (AMB), Responsável pelo Projeto Antitábagico do Hospital Universitário da USP e Responsável pelo Projeto Dr. Bartô e os Doutores da Saúde - Projeto de Prevenção de Drogas no Ensino Fundamental e Médio.