Antecedentes: O compromisso com a mudança é um potencial mediador inovador e mecanismo de mudança de comportamento (MOBC) que não foi examinado em adolescentes com uso de cannabis. O questionário do Compromisso de Objetivo de Abuso de Substâncias do Adolescente (ASAGC) é uma medida confiável e válida em 2 escalas desenvolvida para avaliar o compromisso do adolescente com o modelo de abstinência ou redução de danos para adolescentes, que além da diminuição das consequências negativas inclui a redução do consumo como meta de tratamento declarado. O objetivo deste artigo é examinar a capacidade da ASAGC de prever o resultado do tratamento do uso de substâncias na adolescência.

Métodos: Durante as sessões 3 e 9 de um programa de tratamento de 10 semanas, os terapeutas completaram o ASAGC para 170 adolescentes de 13 a 18 anos com transtornos relacionados ao uso de álcool, a maioria dos quais (82%) foram diagnosticados com transtorno de uso de cannabis co-ocorrendo (CUD).

Resultados: Análises de regressão logística avaliando o compromisso do objetivo em relação ao uso de cannabis na Sessão 3 indicaram que o compromisso com a abstinência e a redução de danos previu o uso de cannabis na Sessão 3. No entanto, apenas o compromisso com a abstinência previu o uso posterior de cannabis (avaliado na Sessão 9 e durante os cuidados posteriores). Quando o compromisso de objetivo na Sessão 9 foi examinado, apenas o compromisso com a abstinência previu o uso de cannabis, simultaneamente e longitudinalmente. Esses resultados indicaram que os adolescentes que tiveram escores mais altos para o compromisso com a abstinência eram menos propensos a serem positivos para o uso de cannabis. Em contrapartida, a redução de danos não foi um preditor significativo do consumo de cannabis.

Conclusões: Os resultados demonstram que o compromisso objetivo prevê consistentemente o resultado do tratamento do uso de cannabis. O compromisso com a abstinência especificamente é um preditor saliente para o uso simultâneo e futuro de cannabis. Um estudo prospectivo adicional é necessário para determinar se a redução de danos pode ser um objetivo atingível para alguns jovens dado processos normativos retardados de neurodesenvolvimento de comportamentos inibitivos.