Medidores de qualidade de comunidades terapêuticas para dependência de substâncias: uma pesquisa internacional de estudo colaborativo na América Latina
Abstrata
Fundo
Na América Latina, os transtornos relacionados à substância são altamente prevalentes e uma das estratégias de tratamento são as Comunidades Terapêuticas (TCs), porém, na América Latina há dados escassos sobre essas estratégias de tratamento, sua qualidade, taxas de abandono e satisfação do paciente.
Métodos
Com base em um estudo anterior em 5 países latino-americanos, os TCs que tiveram pontuação igual ou superior a 9 segundo os critérios de De Leon, que são alguns itens fundamentais que os TCs devem atender, foram selecionados para realizar um estudo descritivo e retrospectivo de características qualitativas e quantitativas dos TCs.
Resultados
Foram incluídos dados de 58 TCs em 5 países, com uma amostra de 1414 pacientes entrevistados, dos quais a maioria eram homens solteiros, sem histórico de internação em comunidade terapêutica. A maconha foi a substância mais utilizada nos 30 dias anteriores à internação, com 78% dos entrevistados referindo-se ao consumo de álcool nos últimos 6 meses e um aparecimento médio de substâncias psicoativas aos 16 anos de idade. 79% dos pacientes entrevistados perceberam alguma melhora durante sua estadia nos TCs. Os Indicadores de Qualidade menos preenchidos pelos TCs foram "Solicitar uma qualificação profissional a ex-dependentes que pertenciam ao programa" e "Trabalhar como parte do programa terapêutico". Entre os motivos de alta encontrados na base de dados, 44% foram decorrentes de alta terapêutica com cumprimento do plano de tratamento e 44% de retiradas.
Conclusão
A satisfação do usuário com os TCs, em termos de infraestrutura e qualidade são bastante elevadas, pois o cumprimento de itens essenciais de qualidade, no entanto, as informações de acompanhamento para avaliar a eficácia do tratamento são ruins ou, em alguns casos, desconhecidas.